NOTA DE REPÚDIO À MORTE DO MENOR CARLOS RODRIGUES JÚNIOR
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Núcleo de Bauru, vêm através dessa nota, repudiar os acontecimentos envolvendo a Polícia Militar e a morte do menor Carlos Rodrigues Júnior, de apenas 15 anos.
Nesse sentido, cabe registrar que os procedimentos utilizados pela Polícia Militar de Bauru que resultaram na morte do menor reeditam um período pelo qual o Brasil quer esquecer. A ditadura há tempos acabou, no entanto, a falta de diálogo, as ações truculentas e questionáveis contra moradores da periferia e as políticas públicas voltadas para as classes mais abastadas perduram no governo de José Serra e do PSDB.
Não podemos caracterizar a morte do garoto, por tortura, como uma fatalidade ou um caso isolado. Muitos são os exemplos que nos levam a acreditar que conseqüências como esta fazem parte de uma opção política adotada por este governo e não de um exagero isolado cometido por um grupo de policiais.
Casos semelhantes de violência policial aconteceram também na desapropriação dos moradores da Favela Real Parque, na cidade de São Paulo, que foi duramente contida pela Polícia Militar quando integrantes do Movimento dos Sem Teto ocuparam a Marginal Tietê reivindicando seu direito à moradia e melhores condições de vida. Na ação, a PM, que responde às ordens do governador do Estado, utilizou procedimentos extremamente violentos contra a população, chegando ao absurdo de atirar gás pimenta até em uma mulher grávida com um filho no colo. Fato este registrado pelos principais canais televisivos.
Outro fato marcante ocorreu na cidade de Limeira. O episódio se deu na desapropriação de terra do acampamento de integrantes do MST quando a Polícia Militar, cumprindo ordens, utilizou extrema violência e insensibilidade contra aquelas pessoas que dali não tinham para onde ir. Ainda em Bauru, nesse mesmo ano e no mesmo Bairro, Mary Dota, relembramos a morte de Jorginho, morto pela Polícia Militar com um tiro nas costas por não parar em uma blitz policial. Somando-se tudo, ainda podemos considerar essa morte como mais uma coincidência? Acreditamos que não.
Com efeito, caracterizamos o fato como conseqüência do caminho político adotado por este governo. Entretanto, o que pensaram os membros da PM envolvidos ao TORTURAR um menino de apenas 15 anos? O que leva indivíduos a acharem que estão acima da lei e do próprio Estatuto da Criança e Adolescente? Onde se inscreve o bom senso humano nesse episódio? Segundo fala da própria mãe e irmã, relatado por jornais locais, os policiais ficaram mais de 1 hora no quarto trancado com o menor, logo depois, o garoto aparece inconsciente com mais de 30 marcas de choque elétrico pelo corpo (fio encontrado no carro dos policias) e diversos hematomas originados, segundo a perícia do IML, por espancamento.
Tal fato nos faz pensar e questionar a formação recebida pelos policias e o real papel das instituições de segurança do Estado e do país. Que papel tem elas? Faz parte do princípio que norteia seu funcionamento proteger, realmente, as comunidades mais pobres? Constatamos que os órgãos de segurança pública trabalham no sentido de coibir as conseqüências geradas pelo desnível social e econômico desse país. Desníveis que geram a violência, o tráfico, a falta de perspectiva, de emprego que cada vez mais proliferam pelo país.
Cabe aos lutadores sociais, militantes de organizações e partidos socialistas, como o PSOL, e todos aqueles que estejam indignados com a situação exigir mudanças profundas em nossa sociedade.
E o PSOL, núcleo de Bauru, vem a público manifestar seu repúdio a mais essa ação violenta, criminosa e hedionda contra as populações menos favorecidas ao mesmo tempo em que exigimos punição à todos os responsáveis pela morte do menor e a mudança na condução das políticas públicas.
Dessa forma, deixamos claro que o PSOL tem um projeto de país e de sociedade muito diferente do que agora vivenciamos. Sonhamos e, ao mesmo tempo lutamos, por um ideal onde a justiça não seja um benefício dos mais favorecidos, mas sim, um direito realmente constituído e exercido.
Bauru, 28 de dezembro de 2007.
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Núcleo de Bauru, vêm através dessa nota, repudiar os acontecimentos envolvendo a Polícia Militar e a morte do menor Carlos Rodrigues Júnior, de apenas 15 anos.
Nesse sentido, cabe registrar que os procedimentos utilizados pela Polícia Militar de Bauru que resultaram na morte do menor reeditam um período pelo qual o Brasil quer esquecer. A ditadura há tempos acabou, no entanto, a falta de diálogo, as ações truculentas e questionáveis contra moradores da periferia e as políticas públicas voltadas para as classes mais abastadas perduram no governo de José Serra e do PSDB.
Não podemos caracterizar a morte do garoto, por tortura, como uma fatalidade ou um caso isolado. Muitos são os exemplos que nos levam a acreditar que conseqüências como esta fazem parte de uma opção política adotada por este governo e não de um exagero isolado cometido por um grupo de policiais.
Casos semelhantes de violência policial aconteceram também na desapropriação dos moradores da Favela Real Parque, na cidade de São Paulo, que foi duramente contida pela Polícia Militar quando integrantes do Movimento dos Sem Teto ocuparam a Marginal Tietê reivindicando seu direito à moradia e melhores condições de vida. Na ação, a PM, que responde às ordens do governador do Estado, utilizou procedimentos extremamente violentos contra a população, chegando ao absurdo de atirar gás pimenta até em uma mulher grávida com um filho no colo. Fato este registrado pelos principais canais televisivos.
Outro fato marcante ocorreu na cidade de Limeira. O episódio se deu na desapropriação de terra do acampamento de integrantes do MST quando a Polícia Militar, cumprindo ordens, utilizou extrema violência e insensibilidade contra aquelas pessoas que dali não tinham para onde ir. Ainda em Bauru, nesse mesmo ano e no mesmo Bairro, Mary Dota, relembramos a morte de Jorginho, morto pela Polícia Militar com um tiro nas costas por não parar em uma blitz policial. Somando-se tudo, ainda podemos considerar essa morte como mais uma coincidência? Acreditamos que não.
Com efeito, caracterizamos o fato como conseqüência do caminho político adotado por este governo. Entretanto, o que pensaram os membros da PM envolvidos ao TORTURAR um menino de apenas 15 anos? O que leva indivíduos a acharem que estão acima da lei e do próprio Estatuto da Criança e Adolescente? Onde se inscreve o bom senso humano nesse episódio? Segundo fala da própria mãe e irmã, relatado por jornais locais, os policiais ficaram mais de 1 hora no quarto trancado com o menor, logo depois, o garoto aparece inconsciente com mais de 30 marcas de choque elétrico pelo corpo (fio encontrado no carro dos policias) e diversos hematomas originados, segundo a perícia do IML, por espancamento.
Tal fato nos faz pensar e questionar a formação recebida pelos policias e o real papel das instituições de segurança do Estado e do país. Que papel tem elas? Faz parte do princípio que norteia seu funcionamento proteger, realmente, as comunidades mais pobres? Constatamos que os órgãos de segurança pública trabalham no sentido de coibir as conseqüências geradas pelo desnível social e econômico desse país. Desníveis que geram a violência, o tráfico, a falta de perspectiva, de emprego que cada vez mais proliferam pelo país.
Cabe aos lutadores sociais, militantes de organizações e partidos socialistas, como o PSOL, e todos aqueles que estejam indignados com a situação exigir mudanças profundas em nossa sociedade.
E o PSOL, núcleo de Bauru, vem a público manifestar seu repúdio a mais essa ação violenta, criminosa e hedionda contra as populações menos favorecidas ao mesmo tempo em que exigimos punição à todos os responsáveis pela morte do menor e a mudança na condução das políticas públicas.
Dessa forma, deixamos claro que o PSOL tem um projeto de país e de sociedade muito diferente do que agora vivenciamos. Sonhamos e, ao mesmo tempo lutamos, por um ideal onde a justiça não seja um benefício dos mais favorecidos, mas sim, um direito realmente constituído e exercido.
Bauru, 28 de dezembro de 2007.
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