sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

NOTA DE REPÚDIO À MORTE DO MENOR CARLOS RODRIGUES JÚNIOR

NOTA DE REPÚDIO À MORTE DO MENOR CARLOS RODRIGUES JÚNIOR


O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Núcleo de Bauru, vêm através dessa nota, repudiar os acontecimentos envolvendo a Polícia Militar e a morte do menor Carlos Rodrigues Júnior, de apenas 15 anos.
Nesse sentido, cabe registrar que os procedimentos utilizados pela Polícia Militar de Bauru que resultaram na morte do menor reeditam um período pelo qual o Brasil quer esquecer. A ditadura há tempos acabou, no entanto, a falta de diálogo, as ações truculentas e questionáveis contra moradores da periferia e as políticas públicas voltadas para as classes mais abastadas perduram no governo de José Serra e do PSDB.
Não podemos caracterizar a morte do garoto, por tortura, como uma fatalidade ou um caso isolado. Muitos são os exemplos que nos levam a acreditar que conseqüências como esta fazem parte de uma opção política adotada por este governo e não de um exagero isolado cometido por um grupo de policiais.
Casos semelhantes de violência policial aconteceram também na desapropriação dos moradores da Favela Real Parque, na cidade de São Paulo, que foi duramente contida pela Polícia Militar quando integrantes do Movimento dos Sem Teto ocuparam a Marginal Tietê reivindicando seu direito à moradia e melhores condições de vida. Na ação, a PM, que responde às ordens do governador do Estado, utilizou procedimentos extremamente violentos contra a população, chegando ao absurdo de atirar gás pimenta até em uma mulher grávida com um filho no colo. Fato este registrado pelos principais canais televisivos.
Outro fato marcante ocorreu na cidade de Limeira. O episódio se deu na desapropriação de terra do acampamento de integrantes do MST quando a Polícia Militar, cumprindo ordens, utilizou extrema violência e insensibilidade contra aquelas pessoas que dali não tinham para onde ir. Ainda em Bauru, nesse mesmo ano e no mesmo Bairro, Mary Dota, relembramos a morte de Jorginho, morto pela Polícia Militar com um tiro nas costas por não parar em uma blitz policial. Somando-se tudo, ainda podemos considerar essa morte como mais uma coincidência? Acreditamos que não.
Com efeito, caracterizamos o fato como conseqüência do caminho político adotado por este governo. Entretanto, o que pensaram os membros da PM envolvidos ao TORTURAR um menino de apenas 15 anos? O que leva indivíduos a acharem que estão acima da lei e do próprio Estatuto da Criança e Adolescente? Onde se inscreve o bom senso humano nesse episódio? Segundo fala da própria mãe e irmã, relatado por jornais locais, os policiais ficaram mais de 1 hora no quarto trancado com o menor, logo depois, o garoto aparece inconsciente com mais de 30 marcas de choque elétrico pelo corpo (fio encontrado no carro dos policias) e diversos hematomas originados, segundo a perícia do IML, por espancamento.
Tal fato nos faz pensar e questionar a formação recebida pelos policias e o real papel das instituições de segurança do Estado e do país. Que papel tem elas? Faz parte do princípio que norteia seu funcionamento proteger, realmente, as comunidades mais pobres? Constatamos que os órgãos de segurança pública trabalham no sentido de coibir as conseqüências geradas pelo desnível social e econômico desse país. Desníveis que geram a violência, o tráfico, a falta de perspectiva, de emprego que cada vez mais proliferam pelo país.
Cabe aos lutadores sociais, militantes de organizações e partidos socialistas, como o PSOL, e todos aqueles que estejam indignados com a situação exigir mudanças profundas em nossa sociedade.
E o PSOL, núcleo de Bauru, vem a público manifestar seu repúdio a mais essa ação violenta, criminosa e hedionda contra as populações menos favorecidas ao mesmo tempo em que exigimos punição à todos os responsáveis pela morte do menor e a mudança na condução das políticas públicas.
Dessa forma, deixamos claro que o PSOL tem um projeto de país e de sociedade muito diferente do que agora vivenciamos. Sonhamos e, ao mesmo tempo lutamos, por um ideal onde a justiça não seja um benefício dos mais favorecidos, mas sim, um direito realmente constituído e exercido.


Bauru, 28 de dezembro de 2007.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Vereadores de Bauru Legislam em causa Própria.

Câmara ignora reação e eleva salários
Desconsiderando pressão de entidades, vereadores bauruenses aprovam reajuste de 54% para subsídios a partir de 2009
Marcelo Ferrazoli
Ignorando a “chiadeira” e os protestos de diversas entidades bauruenses sobre o tema, a Câmara Municipal de Bauru aprovou ontem o projeto de lei que concede 54,03% de reajuste no salário dos parlamentares da legislatura que se iniciará em 2009. A partir desse ano, os vereadores passarão a receber 50% do total ganho pelos deputados estaduais, fato que também permitirá o “efeito-cascata” nos subsídios sempre que os vencimentos dos parlamentares da Assembléia Legislativa ou da Câmara dos Deputados forem aumentados.A proposta só não foi aprovada por unanimidade devido ao voto contrário do vereador Antonio Carlos Garmes (PTB), que assinou o projeto junto com outros 14 parlamentares, mas no ato da votação resolveu fazer manifestação contrária ao que tinha encaminhado. O petebista, pré-candidato declarado à prefeitura em 2008, argumentou que o fato de inicialmente ter apoiado a propositura não significaria que, no ato da votação, manteria o posicionamento. Pura tentativa de se livrar de saia-justa, contrariando sua própria assinatura: “O voto é livre e não há problema algum nisso. E também sempre votei contra os reajustes durante as legislaturas em que atuei”, resumiu Garmes.Como o atual vencimento dos deputados federais é de R$ 16.512,09 e a legislação determina que os deputados estaduais podem receber, no máximo, até 75% da remuneração dos “colegas” federais, os subsídios dos estaduais podem chegar ao teto de R$ 12.384,09. E, como a previsão de remuneração para os agentes legislativos locais é de 50% do salário dos estaduais, o subsídio dos vereadores bauruenses a partir de 2009 será de R$ 6.192,03, valor 54,03% maior que os atuais R$ 4.019,90 recebidos pelos parlamentares da atual legislatura.O último ano em que foi votado aumento para vereadores através de projeto de lei específico foi em 2000. Além disso, as últimas atualizações salariais dos vereadores bauruenses, quando os salários passaram de R$ 3.600,00 para os atuais R$ 4.019,90, ocorreu porque os parlamentares receberam os mesmos percentuais de reajustes concedidos aos servidores públicos nos anos de 2005, 2006 e 2007. Mas este “gatilho” de reajuste salarial foi trocado, na proposta atual, pela fixação com base no salário do deputado estadual, passando a permitir o “efeito-cascata” e a elevação automática dos vencimentos sem necessidade de apresentação de projeto específico.Além de aumentar os salários, o projeto também institui oficialmente a previsão de adiantamentos (vales) quinzenais de, no máximo, 50% do subsídio devido dos parlamentares, procedimento já adotado pelo Legislativo, e acaba com a remuneração para as sessões extraordinárias. No entanto, tal medida, que poderia soar como atitude moralizadora por parte dos vereadores bauruenses, foi incluída na proposta para evitar eventuais problemas judiciais criados por entendimentos contrários já disciplinados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) contrários ao pagamento das sessões.Outro projeto aprovado ontem pelos vereadores foi o que fixou o subsídio do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. Pela proposta, os salários do prefeito, vice e secretários continuam fixados em R$ 12.546,59, R$ 4.377,00 e R$ 6.699,83. E, diferentemente do que estabeleceram os parlamentares para seus salários, os reajustes serão baseados nos índices concedidos aos servidores públicos municipais.ProtestosOs vereadores bauruenses não ligaram para os protestos contra o reajuste dos salários organizados e manifestados por entidades da cidade, que ontem compareceram ao Legislativo para tentar demove-los - sem sucesso - da idéia. A aprovação do projeto ocorreu sem que nenhum parlamentar se manifestasse na tribuna. Uma delas foi a subsecção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que através das comissões de Assuntos Comunitários e de Direitos Humanos já haviam repudiado a proposta e ontem protocolaram, com o apoio do presidente Caio Augusto Silva Santos, um ofício solicitando a não aprovação do projeto. Mas com a apreciação favorável dos parlamentares sobre a proposta, a expectativa é que, conforme já havia sido anunciado por integrantes das comissões da OAB, a entidade estude medidas judiciais para tentar suspender o aumento dos subsídios.Já a Conlutas Regional Bauru e entidades filiadas, como o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinserm), Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindisef), Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e da Unesp (Sintunesp), além dos partidos políticos PSTU e PSOL, também protestaram ontem. Os militantes das entidades elaboraram um abaixo-assinado para entregar durante a sessão ao presidente da Casa, Paulo Madureira (PP), exigindo a retirada do projeto. Para as entidades, o projeto é um golpe contra a população porque foi criado às pressas, não permitindo um debate sério sobre o assunto com a sociedade.Indignados com o resultado, logo após a votação que sacramentou a elevação dos salários para os vereadores, os manifestantes vaiaram os vereadores e saíram do plenário bradando gritos de “Vergonha!”, “Imoralidade!” e “Ano que vem lembraremos das caras de vocês!”, entre outros.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

“É difícil fazer justiça a quem nos ofendeu”

Um espectro ronda a América Latina: a voz daqueles que não se calaram ao longo de séculos de espoliação de nossos recursos naturais e de nossa gente explorada! “Por que não se cala”, brada a monarquia anacrônica. Por que haveremos de calar nossas próprias bocas e sonhos agora, em plena democracia? Essa democracia que, como prova a história, os reis sempre foram contrários. A democracia não é uma dádiva divina, mas é um conquista dos próprios homens que, combatendo a escravidão, o absolutismo, o servilismo, se colocaram ombro a ombro com o que a história possibilitava de mais avançado para o desenvolvimento da humanidade. Mais recentemente, a nossa tão jovem e débil democracia foi conquistada com o assassinato e o desaparecimento de milhares de seres humanos. Custa-me a acreditar que, aqueles que apoiaram o golpe de 1964 no Brasil e nos demais países da América Latina e suas criminosas décadas de ditaduras, lancem sobre o atual governo venezuelano a acusação de desrespeito à democracia e a intenção de instalar uma ditadura. Que disseram essas criaturas em 2002 quando a elite econômica e militar articulou um golpe de estado contra o governo Chavez, democraticamente eleito pelo povo venezuelano? Calaram-se! Que disseram as “Rede Globos” de televisão e os “grupos Abril” sobre o ataque à democracia na Venezuela em 2002? Que disseram sobre a fraudulenta eleição no México em 2006? Que disseram sobre os arquivos das ditaduras ainda não revelados? Disseram para o povo: Por que não se cala?! Mas como calar um povo que vê crescer nas periferias e nas favelas postos de saúde e escolas? Como calar um povo que vê a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais e com reajustes salariais significativos? Como calar um povo que, através do poder popular organizado, inicia a experiência de decidir sobre o seu próprio destino? Não há como, pois democracia não é calar um povo, mas ouvir sua voz! Não é muito difícil entender o porquê nos mandam calar a boca: quando a democracia falha para os interesses daqueles que enriquecem com a miséria dos trabalhadores, empregados ou desempregados, os exploradores deixam revelar, num visível desespero pelo poder, a sua verdadeira face antidemocrática e nos mandam calar a boca. Eduardo Galeano, em seu livro As Veias Abertas da América Latina, diz-nos, e nos prova com dados históricos, inclusive de documentos oficiais, que o subdesenvolvimento não é uma fase do desenvolvimento, mas é sua conseqüência. Nosso subdesenvolvimento é a conseqüência do desenvolvimento de países que há séculos nos exploram, desde a extração do pau Brasil até a privatização da Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo. Concordemos ou não com todas as ações do governo venezuelano, cabe-nos o bom-senso e a solidariedade para entendermos as possibilidades que a história nos coloca. Que os trabalhadores de todo o mundo se unam, pois quando um rei – que é cria do fascismo de Franco – manda um presidente democraticamente eleito calar a boca, manda não só o presidente, mas o povo que o elegeu e todos aqueles que respeitam a democracia. Ora, queres saber o por que não nos calamos? Porque, como disse Simon Bolívar, “é difícil fazer justiça a quem nos ofendeu”.

Carlos Eduardo Carneiro - professor da rede pública estadual

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Senado homenageia Che Guevara

No próximo dia 23, terça-feira, o Senado prestará uma homenagem, em sessão especial, à memória do líder revolucionário Ernesto Che Guevara. O requerimento, aprovado nesta quarta-feira (3), é de autoria do senador José Nery (PSOL-PA). No dia 8 deste mês, o assassinato de "El Che" pelo exército boliviano, com o apoio da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, completa 40 anos.

- Tratava-se de cumprir uma missão planejada ao arrepio da soberania boliviana por uma potência intolerante obcecada pela idéia de derrotar a revolução cubana e de impor aos países latino-americanos regimes políticos absolutamente servis aos seus interesses estratégicos - disse o senador, ao justificar sua solicitação.

Agência Senado


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http://www.ivanvalente.com.br/CANAIS/especiais/Che/

Troca-troca partidário e empobrecimento da democracia

Atualmente, observamos o “troca-troca” de partidos, em contraposição a um debate muito caro à nossa constituição política, a fidelidade partidária. Segundo a “Folha de S. Paulo” (28/09/2007), em uma semana 46 deputados mudaram de partido. Com fim do prazo para filiação para uma candidatura nas eleições de 2008, a corrida por uma legenda elegível se tornou cada vez mais frenética. Quem ganhou com todo esse “motim” foi a base aliada do Governo Federal. Conforme a “Folha” do dia 28/09, até essa data os partidos de oposição chegaram a perder 26 deputados para legendas aliadas ao governo. Isso demonstra a fragilidade do nosso sistema político e principalmente aquilo que o eleitor está cansado de saber - a carência da ética que impera entre a maioria dos representantes do povo.

É evidente que a grande parte dos políticos que entraram na “dança dos partidos” está à procura de benesses particulares. É um processo de cooptação de quem está no comando do aparelho Estatal sobre aqueles que têm pretensão de angariar benefícios da máquina pública, como cargos, emendas e até mesmo subsídio para as campanhas municipais. Quem perde com tudo isso é o povo brasileiro. Essa prática viciada de nossos políticos empobrece o debate político-partidário e a renovação de quadros, propiciando à uma política de interesses pessoais e troca de favores, dando margens aos “caciquísmos”.

A maioria dos países em que predomina o sistema democrático representativo, o cidadão vota em um candidato e também na legenda, com um programa definido e contornos políticos e ideológicos diferentes dos outros partidos. Nesses países, o voto é dado ao partido, que apresenta uma lista à população, dos deputados escolhidos em disputas internas. O que acontece aqui é o contrário. Dessa forma os políticos passam de uma sigla para outra, sem ter a menor convergência de idéias políticas e ideológicas. O debate programático torna-se um elemento acessório, quando deveria ser o prioritário. As legendas tornam-se vazias de significado, apenas uma ferramenta para a disputa eleitoral que gravitam em torno do governo e da oposição.

A política partidária de Bauru não se diferencia dos acontecimentos nacionais. É possível verificar na cidade a forma como alguns mandatos se repetem e a maneira como alguns políticos “trocam de partido como trocam de roupa”, fazendo alusão à charge do “Jornal da Cidade” (03/10). Raras exceções conseguem manter uma postura de coerência política e intervenções programáticas. Assim, também são poucos os partidos que têm como princípio o seu programa político e não o seu programa eleitoral. E cada vez mais esses partidos têm perdido espaço no cenário da política nacional, que privilegia o descompromisso político-partidário e alimenta a “sanha politiqueira”.

É de extrema urgência uma reforma política democrática que priorize o fortalecimento da vida partidária, passando por uma ampla liberdade de organização e pluralidade partidária. Assim, a fidelidade partidária é um elemento que vem consolidar um sistema democrático, fazendo com que o eleitor vote nos compromissos programáticos da legenda e, não na figura do candidato, visando o alinhamento da ética pessoal com a ética das instituições.

Por fim, uma reforma política por mais necessária que seja não é uma panacéia. É preciso, portanto, projeto de nação que aponte para o aprofundamento de uma democracia real, inserindo cada vez mais as camadas populares no centro dos debates e decisões políticas.

Saulo Rodrigues de Carvalho – professor, militante do PSOL

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A farsa da avaliação de desempenho

O governo precisa é valorizar o magistério, garantindo de fato evolução funcional e salário condizente com a importância do cargo
O ARTIGO publicado neste espaço no último dia 21 pelo secretário de Estado de Gestão Pública de São Paulo, Sidney Beraldo, anuncia a intenção do governador José Serra de implantar no funcionalismo público a alardeada avaliação e remuneração por desempenho, concebida por alguns governos como a grande panacéia que solucionará a crise que há muito vem prejudicando a população usuária dos serviços públicos e de seus servidores no Brasil. Crise representada pela falta de investimento na valorização salarial e na formação continuada, nas precárias condições de trabalho, de infra-estrutura material e humana e, ainda, na constante tentativa de governantes e setores da elite econômica de eleger sempre os servidores públicos como o "bode expiatório" da falência do Estado e da crise fiscal. O secretário, adepto e influenciado por uma visão empresarial, de mercado e neocolonial, tenta justificar a "nova" metodologia pelo receituário neoliberal, até querendo, equivocadamente, comparar a realidade brasileira com a de países anglo-saxões. A cobaia da experimentação será a área da educação, em que os professores recebem salário-base médio de R$ 680 e trabalham em condições extremamente precárias, com superlotação de salas de aula, falta de material pedagógico e humano, excessivas e longas jornadas de trabalho, adoecimento, desgaste emocional e, somando a tudo isso, uma vertiginosa violência a massacrar todos no ambiente escolar que, por princípio, deveria ser o lugar da construção da civilidade. As políticas salariais de bônus e gratificações adotadas nos últimos anos pelo próprio governo tucano não só fracassaram como também destruíram a carreira do magistério paulista, tendo como conseqüência o que revelou a última avaliação do MEC, classificando a rede estadual de São Paulo como uma das seis piores do Brasil. Como exigir melhor desempenho dos professores em condições aviltantes de trabalho? Sabemos muito bem o que está por trás da proposta de remuneração por desempenho: não dar reajuste para os servidores, legitimar o desrespeito à data-base, que já venceu em 1º de março, fortalecer o controle e a punição e ainda culpar os professores pelo fracasso escolar. O governo precisa é valorizar a carreira do magistério, garantindo de fato evolução funcional e salários condizentes com a importância do cargo, a fim de estimular os atuais professores e atrair outros que gostam e querem sobreviver da docência. Para tanto, perdoem-me o necessário trocadilho, é preciso ter decência. Por isso, faz-se necessária, sim, uma avaliação, mas do desempenho deprimente e inócuo das políticas salariais adotadas para os servidores públicos, em especial os da rede estadual de ensino, já que serão eles as primeiras vítimas do experimento tecnocrático que trata os educadores como trabalhadores de uma empresa, de um banco e/ou aqueles que labutam por produção. O trabalho com educação é absolutamente distinto e obedece a outra lógica, muito diferente da empresarial, fabril, de linha de montagem. Educação é um processo contínuo, permanente e interativo, no qual, além de conteúdos, são trabalhados valores éticos, habilidades, visão de mundo, competências, formação da cidadania crítica, respeito ao bem social comum, solidariedade humana etc. Isso não se mede ou se afere com estatísticas lineares, índices mercadológicos ou métodos da "qualidade total".A sanha avaliativa -representada por avaliações externas, como Saresp, Prova Brasil, Saeb, Enem (o ex-Provão) e as novas Provinha Brasil, criada pelo PED, e a Prova São Paulo, da Prefeitura de São Paulo- fornecerá os critérios para premiar professores e escolas que atingirem as metas requentadas anunciadas recentemente pela Secretaria Estadual de Educação. Uma delas é a implantação do ensino fundamental de nove anos, que não é meta do governo estadual, e sim obrigação constitucional já incorporada pela Lei de Diretrizes e Bases. Só para citar mais uma, a implantação da recuperação, que já existe, é inerente ao processo ensino-aprendizagem e também figura na LDB. Chega de avaliações. A educação já está com overdose delas. O que ela precisa, com os professores, é de mais investimento. Para isso, o governador José Serra poderia oferecer um bom exemplo de desempenho e um interesse em solucionar a grave crise que assola a educação estadual orientando a sua base governista na Assembléia Legislativa para derrubar os vetos do seu próprio partido às emendas que aumentam os recursos para as escolas públicas do Estado de São Paulo.
CARLOS GIANNAZI, 45, mestre em educação pela USP e diretor (licenciado) de escola pública, é deputado estadual (PSOL), membro da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa de São Paulo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Entidades formam frente contra a terceirização do setor funerário municipal

Diversas entidades políticas e de classe uniram-se para formar uma frente contra a terceirização das atividades da Funerária Municipal, serviço oferecido atualmente pela Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb). Além de lançarem um manifesto protestando contra a iniciativa da atual administração, os integrantes da frente prometem realizar um ato público, na próxima segunda-feira, às 17h, em frente à Câmara Municipal de Bauru, criticando a medida e cobrando dos vereadores a organização de uma audiência pública para discutir o tema.“Repudiamos a política privatista que a administração municipal tenta impor à cidade. Ao tomar essa decisão, o governo Tuga Angerami demonstra incompetência para gerir o município. Toda terceirização implica em desemprego, desmonte do serviço público e enriquecimento das instituições privadas. Além disso, até agora não houve nenhum debate com a comunidade, nem explicações à população dos motivos das terceirizações, o que seria possível em uma audiência pública”, afirma o manifesto.A realização de audiência pública já foi solicitada pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sinserm), que garantiu que até ontem não havia recebido resposta do Legislativo sobre o pedido. No entanto, em contato com a reportagem do JC, o presidente da Câmara, Paulo Madureira (PP), informou que a Consultoria Jurídica da Casa forneceu parecer contrário à solicitação por entender que a mesma deveria partir da Comissão de Fiscalização e Controle, e não do Sinserm. “E, por orientação jurídica, encaminhei o pedido agora à referida comissão”, disse Madureira, que garantiu já ter informado os sindicalistas da decisão. Apesar disso, o Sinserm já conseguiu marcar uma mesa-redonda no Ministério do Trabalho, no dia 3 de setembro, às 14h30, para debater a questão.Ainda sobre a terceirização da funerária, o manifesto considera não estar esclarecido o fato da atividade ser deficitária. “Estudos concluíram que não havia nenhum prejuízo. E como fica a situação dos funcionários da funerária? Até agora ninguém da administração manifestou-se e não aceitamos nenhum tipo de prejuízo a esses empregados”, sustenta o documento.Integram a frente as seguintes entidades: Sinserm, PSTU, Psol, Diretório Acadêmico Di Cavalcanti (Unesp Bauru), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra, Pastoral da Juventude do Brasil, Esquerda Marxista (PT), Sindicato dos Bancários de Bauru, Comsea/Comitê, Comitê das Associações de Moradores de Bauru, Conlutas/Regional Bauru e chapa 3 de oposição do Sindicato dos Condutores.

Marcelo Ferrazoli

Fonte: http://www.jcnet.com.br/busca/busca_detalhe2007.php?codigo=111475

Encontro regional do PSOL

Da Redação

O PSOL realizou, ontem de manhã, no Legislativo, o primeiro encontro regional do partido do ano. Durante o encontro, o partido debateu a formação e organização da legenda na região de Bauru e as eleições municipais de 2008. O evento, que contou com a participação de cerca de 20 cidades e do presidente do diretório estadual, Miguel Carvalho, escolheu os coordenadores regionais de Bauru - Odair Machado e Jean Rodrigues - e definiu que o partido aceitará filiações somente até o próximo dia 31 de agosto, um mês antes do encerramento oficial oferecido pela legislação eleitoral.

Fonte: http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_politica.php?codigo=111682

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

I Encontro Regional de Núcleos do Interior Paulista

O PSOL - Núcleo de Bauru convida a todos à participar do primeiro encontro regional de núcleos do interior de São Paulo. O encontro será dia 26 de agosto, às 8h na Câmara Municipal de Bauru.

Programação

08:00 / 08:30Recepção aos participantes, identificação, entrega das fichas de filiações pendentes e regularização dos Núcleos. Café.

08:30 / 08:45Abertura do Encontro, constituiçãoda mesa diretora(João Bráulio Salles Cruz - Núcleo do PSOL de Bauru).

08:45 / 09:30Apresentação dos Núcleos e Pré Núcleos - 5 minutos para cada Núcleo falar sobre sua realidade local.

09:30 / 09:45 Filme “A Ilha das Flores”. Duração: 15min. 09:45 / 10:00Debate sobre o filme apresentado (Eduardo Carneiro e Saulo Rodrigues de Carvalho - Núcleo do PSOL de Bauru).


10:00 / 10:20 “PSOL - Partido Socialismo e Liberdade”, suas origens, sua história, sua atuação parlamentar. (Jean Douglas Zeferino Rodrigues - Núcleo do PSOL de Bauru).

10:20 / 10:40 “Núcleos de Base” - Estatuto do PSOL capítulo XII - O que é um Núcleo de Base. Diferenças entre Núcleo e Diretório, filiado e militante.(Odair Machado - Núcleo do PSOL de Bauru).

10:40 / 11:00“Eleições” - Significado da eleição para o socialista. Momento para debate com a sociedade e para a construção doPartido. (Isaias Daibem - Núcleo do PSOL de Bauru).

11:00 / 11:30 “Conclusões Finais” - 3 minutos para cada Núcleo e Pré Núcleo.

11:30 / 12:00“Encerramento” - Conclusões Finais da Coordenação do Encontro e dosConvidados.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Campanha pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce


Veja, no You Tube, os vídeos da campanha:




A Assembléia Popular definiu que, entre os dias 01 e 07 de setembro, ocorrerá um Plebiscito Polular no qual a população brasileira se manifestará sobre quatro pontos: 1) A anulação do leilão da venda da Vale do Rio Doce; 2) a questão da energia (pela qual as famílias brasileiras pagam oito vezes mais caro do que as empresas); 3) o não pagamento das dívidas externa e interna que inviabilizam investimentos sociais mais sérios; e 4) a proposta de Reforma Prebidenciária, que retira vários direitos adquiridos.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Comemoração ao 26 de julho na cidade de São Paulo


Informações: www.solidariedadeacuba.org.br

Militantes manifestam contra corrupção

Membros do PSOL realizaram ontem, em Bauru, no Calçadão da Batista, a campanha “Fora Renan”, que visa despertar o censo crítico na população quanto aos escândalos políticos que têm acontecido no Brasil. O movimento resgatou o caso em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é suspeito de ter despesas pagas por lobistas de uma empreiteira.Cerca de 10 militantes se reuniram no Calçadão, entre 10h e 13h, para conscientizar a população sobre a importância da participação do cidadão na política e recolher assinaturas daqueles que estão descontentes com o atual cenário brasileiro. Na ocasião, foram recolhidas cerca de 500 assinaturas, que serão encaminhadas para Brasília.“O nome da campanha é “Fora Renan” porque este é o caso que tem aparecido na mídia, mas protestamos contra toda essa falta de ética e decoro parlamentar, que se tornaram freqüentes na política brasileira”, explica o militante Jean Zeferino, 26 anos, pedagogo. Segundo ele, um dos objetivos da manifestação é dialogar com a comunidade sobre todos os absurdos que acontecem no Congresso Nacional.O aposentado Enéas Carvalho, 73 anos, considera a atitude válida. Ele deixou sua assinatura, pois acredita que é uma maneira de participar. Para ele, a população deveria se interessar mais por assuntos como este. A dona de casa Isabel Cristina Braz concorda com ele e também deixou sua assinatura. “É uma maneira de eu manifestar meu descontentamento, pois a corrupção é uma vergonha”, diz ela.O advogado Roberto Antônio Claus, 47 anos, acredita que este tipo de manifestação é muito importante, não só na área política, como também em todas as outras. “A população deveria se envolver mais com situações que as cercam e afetam suas vidas”, finaliza.

Fonte: http://www.jcnet.com.br/busca/busca_detalhe2007.php?codigo=108474

Movimento ‘Fora Renan’ chega a Bauru

Militantes do PSOL recolhem assinaturas no Calçadão para documento que pede afastamento do senador alagoano

O movimento “Fora Renan” irá recolher assinaturas pelo afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), hoje, na quadra 4 do Calçadão da Batista.
Renan é acusado de ter contas pessoais pagas por lobista de uma empreiteira. “A sociedade precisa se mobilizar para que as investigações não naufraguem no Senado”, discursa o coordenador do PSOL em Bauru, João Braulio.
O documento com as assinaturas será encaminhado a Brasília. A campanha já passou por cidades como São Paulo e Porto Alegre.
(...)

Fonte: http://www.bomdiabauru.com.br/index.asp?jbd=3&id=85&mat=84651